Em meio ao crescimento da modalidade, SBT transmite Copa América Feminina
O SBT e a Conmebol entraram em acordo para que o canal de televisão brasileiro exiba a Copa América Feminina com exclusividade na TV aberta. O torneio, que acontece entre os dias 8 e 30 de julho, na Colômbia, pode marcar o oitavo título do Brasil. A competição começou a ser realizada em 1991 e está na sua 9ª edição. Já na estreia, as atletas nacionais enfrentam a arquirrival Argentina.
O futebol feminino tem crescido e atingido maior engajamento com o público. O desenvolvimento da modalidade tem gerado mais transmissões de campeonatos, patrocínios, parcerias e verbas. Além do SBT, outros canais, como SporTV, Bandeirantes e NSports, têm transmitido competições voltadas ao gênero.
Com diversas transmissões de modalidades femininas, como a Liga de Basquete Feminino, a Liga Feminina de Futsal e a Superliga Feminina de Vôlei, a NSports tem compromisso com o fortalecimento da categoria.
“Ficamos extremamente felizes por ver o alcance cada vez maior dos esportes femininos e, nesse caso específico, do futebol. Acredito que esse movimento de valorização das mulheres no cenário esportivo, do qual fazemos parte, é transformador e impulsiona outros grandes players do mercado a fazerem o mesmo. É um ciclo virtuoso e que, ao passar do tempo, ajudará na consolidação das competições femininas como um produto midiático de qualidade e atrativo”, afirma Guilherme Figueiredo, CEO da NSports.
No Brasil, vários clubes têm fechado parcerias para as equipes de futebol feminino. Neste ano, por exemplo, Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Internacional selaram acordos de patrocínio para o desenvolvimento da modalidade. É possível observar o crescimento exponencial de audiência, investimento e faturamento da categoria.
Luiz Henrique Martins Ribeiro, advogado especializado em negócios no esporte, diz que o apoio financeiro das grandes equipes do esporte nacional é fundamental para que haja evolução e entusiasmo popular.
“Os maiores clubes do Brasil atraem os torcedores e os telespectadores, itens essenciais para que os torneios de futebol feminino se tornem ainda mais interessantes para o público. Tenho certeza de que a relevância desses times é um fator primordial para o sucesso da categoria, pois a modalidade precisa de apoio para consolidar o sucesso”, explica o advogado.
Corinthians e Palmeiras, dupla que protagoniza a maior rivalidade do estado de São Paulo, anunciaram, em maio, novos acordos para as equipes femininas. O Alvinegro divulgou o prolongamento da parceria com a galera.bet, que começou em fevereiro, na disputa da Supercopa, e vai até o fim de 2023. A companhia terá a logomarca estampada na região do ombro da camisa de jogo do clube. Exibição da empresa nas entrevistas e placas no CT também fazem parte do compromisso estabelecido.
Para Ricardo Bianco Rosada, diretor de marketing do galera.bet, é fundamental que as companhias apoiem os esportes femininos: “Durante muitos anos, o futebol das mulheres foi reprimido, desincentivado e até proibido. Por isso, quando observo a evolução da categoria, penso na importância da resiliência. Neste momento, em que tratamos tanto sobre equidade de gênero, incentivar a modalidade é fazer parte da mudança e mostrar como elas merecem o devido reconhecimento”.
Com contrato válido por dois anos, o Alviverde fechou parceria com a Betfair para o patrocínio máster. O acordo, que contou com ativação envolvendo o ídolo Rivaldo para o anúncio da parceria nas redes sociais, estabelece ações nas mídias digitais da equipe paulista.
Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas e parceiro comercial da TV Bandeirantes, emissora incentivadora do futebol feminino, comenta sobre o crescimento do investimento na categoria: “O futebol feminino já é uma realidade. Devemos fazer parte desse processo e fortalecer o desenvolvimento da categoria. Trata-se de uma modalidade com investimento, torneios bem-produzidos e melhores estruturas. Vejo que precisamos apoiar esse segmento”.
Em abril, o Internacional fechou contrato com três empresas para o futebol feminino. O Colorado e a Marquespan Alimentos, companhia referência no setor alimentício, selaram o patrocínio válido por um ano. Além disso, o clube gaúcho angariou mais dois incentivadores para a categoria: a Faculdade Sogipa e a Preventinva.
Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Inter, comenta sobre os acordos alcançados pelo Colorado: “Podemos observar o crescimento e a evolução do futebol feminino do Internacional. Dentro de campo, conquistamos o Brasileirão Sub-17 em sua primeira edição e estamos em terceiro no Campeonato Brasileiro. As empresas enxergam o clube como um local agradável para promover suas imagens e os novos parceiros mostram o sucesso da administração da categoria”.
Fabio Wolff, um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, torneio internacional que terá a segunda edição em novembro, comenta sobre a solidificação comercial do futebol feminino e o aumento de empresas interessadas em investir na modalidade.
“Os patrocínios conquistados pelas equipes nacionais são importantes dentro e fora das quatro linhas. Com o desenvolvimento do futebol feminino, podemos notar o aumento de empresas que desejam investir na categoria. Por conta disso, recentemente, temos visto um grande número de patrocínios sendo realizados em benefícios dos times brasileiros”, explica o diretor da Wolff Sports & Marketing.
No âmbito masculino, Flamengo e Fluminense dominam o estado do Rio de Janeiro há três anos. No lado feminino, a dupla tem conquistado incentivadores para também consolidar uma hegemonia na categoria feminina. O rubro-negro anunciou o projeto “Elam Jogam”, em parceria com o Mercado Livre. Bolsa integral para a escola do clube, produtos e brindes estão entre os benefícios oferecidos pela ativação.
Do outro lado, o Fluminense divulgou o acerto com a Universidade de Vassouras (Univassouras) para o patrocínio máster da equipe de futebol feminino até o fim de 2022. A empresa do setor da educação irá exibir a sua logomarca em todos os campeonatos deste ano. Além disso, esse é o primeiro incentivo dessa magnitude na história do Tricolor das Laranjeiras.
“O patrocínio ao futebol feminino está entrando no radar das grandes corporações. Conseguimos assistir as melhorias sendo realizadas tanto no campo, quanto na administração da modalidade. Esse fortalecimento da categoria não é algo passageiro. Vejo que essa evolução é duradoura”, conta Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva.
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